"O ano passado eu estava ali, junto à mesa de som e tinha alguém muito especial ao meu lado. A minha namorada, a Carolina, este ano não pôde vir, nem poderá vir no próximo... nem nunca mais. Adormeceu e ficou, no silêncio da noite.
Quando pensei neste dia, tinha duas opções: ficar em casa ou estar aqui e continuar a seguir os meus sonhos, tal como ela me pediu.
Escolhi a segunda."
Pedi aos presentes que, no final da música, fizessem barulho para que pudesses ouvir-nos.
Depois... depois pedi que baixassem as luzes e levei-vos a todos até à noite em que escrevi a "Espera por mim".
Fechei os olhos.
"Se o mundo é prisão, um dia serei espaço"
Ao primeiro verso do refrão, abri-os e a sala tinha perdido o escuro.
Deparei-me com um manto de luz que iluminou aquele momento e que me preencheu o coração.
Quanto ao barulho... não foi preciso a música acabar.
Quando acabou, vocês gritaram "Ca-ro-li-na! Ca-ro-li-na! Ca-ro-li-na!".
Arrepiaram-me e proporcionaram-me um momento daqueles que se guardam para sempre.
Podia ter dito tanta coisa mais, mas resumi tudo a um simples e sincero "Obrigado".
E Obrigado.
No final da noite, já com todos os artistas em palco, o Fuse deixou algumas palavras que me marcaram.
A infelicidade com que tem de lidar todos os dias é também a sua maior felicidade. E o "problema" do Gaspar, ainda sem explicação, mudou a vida de muita gente e originou tanta coisa positiva...
As saudades que sinto cada vez que respiro só confirmam que contigo, Carolina, fui feliz.
Dava tudo para que a "Espera por mim" nunca tivesse existido, tal como sei que o Fuse gostava que nunca tivessem existido motivos para que o SER HUMANO acontecesse.
Mas já que assim é, prefiro ficar entregue aos sonhos e neles tu vais sempre viver.