"Vi morrer um verso" reside no espaço entre o "Último acto" e "Reflect", os meus dois álbuns. É o vazio cantado; vazio esse onde versos pairam num limbo por onde a inspiração não passa. Mas um dia ela regressa, tudo ganha um novo sentido, o desgaste subjuga-se a um novo fôlego e os versos que ficaram perdidos no tempo e espaço renascem às teclas do piano, sublimemente executado pelo João Mestre.
Gravado em Janeiro de 2014 na Academia de Música de Lagos.
TEXTO (Legendas)
Vi morrer um verso numa folha ignorado
Vi nascer o vazio a cada poema calado
Fiquei sem respirar, desamparado no chão
A contar estrelas reflectidas numa estrada de alcatrão
Sinto olhares da janela a somar cacos do que fora
E esta soma negativa inspira gente lutadora
Foco o pouco que ainda vejo, o que avisto não me agrada
Vi crianças serem homens numa rua que se degrada
O mundo não mudou, ainda condena quem tenta
Vejo ganância e interesses benzidos com água-benta
Vi o mundo a metade, tiro o chapéu e vejo o resto
Nem viste metade do meu mundo e anuncias que eu não presto
Enquanto pisas uma flor, há uma nova que germina
Se não sabes para onde vais, esta rua não termina
Ainda tenho o mesmo sonho, desde pequeno que me conforta
Hei-de voar em colorido até ser uma pessoa morta.
FICHA ARTÍSTICA
Texto e voz - Reflect
Piano - João Mestre
FICHA TÉCNICA
Captação de som - Pedro Pinto e Nelson Nunes
Captação de imagem - Mauro Cunha, Rafael Correia, José Guia e Daniel Miguel
Assistente de Produção - Joana Gomes
Edição de som e imagem - Pedro Pinto
Produção - Kimahera
AGRADECIMENTOS
Academia de Música de Lagos
Checknow Audiovisuais
TEMPO - Teatro Municipal de Portimão
Alvor FM
Vânia Pontes